Thays Amorim
Única News
O Júri Popular de Jaíra Gonçalves de Arruda Oliveira, de 43 anos, acusada de matar envenenada a enteada Mirella Poliane Chuê de Oliveira, de 11 anos, prosseguiu por mais de 12 horas na última quinta-feira (09) e segue nesta sexta-feira (10), no Fórum de Cuiabá. Os depoimentos e interrogatórios foram concluídos na quinta e os debates continuam nesta sexta.
O crime ocorreu no dia 14 de junho de 2019. A acusada foi indiciada por homicídio duplamente qualificado, praticado por envenenamento e motivo torpe. As investigações da Polícia Judiciária Civil (PJC) apontaram que ela teria cometido o crime sozinha, sem auxílio de outra pessoa.
O advogado Cássio de Almeida Ferreira, que trabalhava no inventário da herança de Mirella Poliane Chuê de Oliveira, afirmou que a madrasta, Jaíra Gonçalves de Arruda Oliveira, tentou impedir a perícia do Instituto Médico Legal (IML) e chegou a solicitar o dinheiro da criança para comprar um imóvel.
De acordo com advogado, patrocinado pelos avós após a morte da mãe da criança no dia do seu parto, a madrasta solicitou o dinheiro da menina para comprar um imóvel. Entretanto, o advogado afirmou que não poderia utilizar o dinheiro de Mirella, muito menos para comprar um imóvel.
Mirella foi envenenada a conta gotas, motivo de diversas internações. O sofrimento durou cerca de dois meses, em que a menina ficou internada por nove vezes em hospitais particulares.
A enfermeira do Hospital Santa Rosa, que atendeu Mirella, afirmou que percebeu um interesse "fora do comum" na madrasta, que era muitas vezes invasiva e não dava liberdade para o trabalho dos profissionais da saúde.
José Mario, o pai de Mirella, iniciou o depoimento chorando e disse que ela tinha uma vida normal, que todos na família colaboravam para a criança da filha. Ele relembrou que a criança era espontânea, inteligente e alegre. A testemunha disse esperar que a Justiça seja feita.
"Fiz de tudo para cuidar da menina, ia para o hospital. No início, ela apresentou só paralisia e febre. Depois começou a ter vômito e diarreia. A mesma comida era dada a todos", apontou.
O caso
A investigação aponta que a madrasta matou a criança com uso de um veneno com venda proibida, ministrando gota a gota, em pequenas doses durante dois meses, entre abril e junho de 2019.
No dia 14 de junho de 2019, a vítima Mirella Poliane Chue de Oliveira, de 11 anos, faleceu de causa até então indeterminada. A vítima deu entrada em um hospital particular, já em óbito. Inicialmente houve suspeita de meningite, bem como de abuso sexual, pois havia inchaço na genitália, mas depois foi descartado o abuso durante a necropsia do Instituto de Medicina Legal (IML), da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec).
Conforme os delegados, as investigações apontam para autoria da madrasta. "Notamos que a menina era envenenada a conta gotas, ou seja, ela ia dando um pouquinho do veneno, para não aparecer, porque chega no hospital, a criança está passando mal, morre de causa indeterminada, por alguma infecção, pneumonia, meningite, como muitas vezes suspeitaram", salientam.
Os delegados informaram que todas as vezes que a menina passava mal era socorrida e levada ao hospital, lá ficava internada 3 a 7 sete dias e melhorava, em razão de ter cessado a administração do veneno. Mas ao retornar para casa, voltava a adoecer novamente. O sofrimento durou cerca de dois meses, em que a menina ficou internada por nove vezes em hospitais particulares.
Na última vez que foi parar no hospital, a menina chegou já em óbito. Por conta disso, o hospital não quis declarar o óbito, mas suspeitava de ser meningite. Nessa ocasião, foi acionada a Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), que diante de falta de evidências sobre morte violenta, requisitou vários exames por precaução, em um desses exames periciais foi detectado a substância venenosa no sangue da menina.
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