Wellyngton Souza / Única News
(Foto: Divulgação MTTV)
O tenente-coronel José Henrique Soares, investigado no esquema de escutas clandestinas supostamente operados pelo alto escalação da Polícia Militar, afirmou na tarde desta segunda (23), que as declarações dos outros envolvidos serão esclarecidas no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O ministro Mauro Campbell Marques determinou a remessa dos inquéritos que tramitavam no Tribunal de Justiça (TJMT), sob as mãos do desembargador Orlando Perri, e investigam o esquema que teve entre os alvos políticos e jornalistas de oposição ao atual governador.
"Tudo vai ser esclarecido. A verdade vai aparecer, porque tem muitas provas produzidas. O próprio cabo Gerson [também investigado e apontado com o principal operador do esquema de escutas Santinella] já confessou quase tudo. Eu acredito que essas pessoas no STJ vão falar o que aconteceu. Seria uma atitude muito inteligente entre os envolvidos. Todos foram usados", disse durante entrevista à TV Centro América e exibida no MTTV 1ª edição.
O tenente-coronel ressalta ainda que a instituição da Polícia Militar foi usada pelo grupo, pois foi montado um falso Núcleo de Inteligência para investigar ilegalmente as vítimas. "A instituição da PM. Na polícia tem pessoas dignas, a grande massa. Assim como tem no Ministério Público. A sociedade não pode acreditar que isso que está acontecendo pode atingir a credibilidade dessas instituições", afirmou o tenente-coronel.
José Henrique confessou ainda ter sido cooptado pela quadrilha para espionar Orlando Perri, afim de afastá-lo das investigações. Ele ainda declarou que o plano foi apresentado na residência do ex-chefe da Casa Militar, Evandro Lesco e ainda o sargento da Polícia Militar João Ricardo Soler esteve presenta na reunião.
"Eu tive que trocar de farda para a câmera ser instalada. O Lesco me garantiu que não precisaria me preocupar com nada, pois estava tudo esquematizado já. Agora, tem que se pagar um preço e eu se eu tiver que pagar um preço com a minha vida não tem problema. Estou disposto a tudo”, disse o oficial da PM".
Os envolvidos no esquema foram presos no último dia 27, durante deflagração da Operação Esdras, desencadeada pela Polícia Civil, sob determinação de Perri, antes do STJ abocanhar os inquéritos. Foram presos o ex-secretário de Justiça e Direitos Humanos, além de coronel da PM, Airton Benedito Siqueira Junior, o também coronel da PM e ex-Chefe da Casa Militar, Evandro Lesco, sua esposa, Helen Christy Lesco, o sargento João Ricardo Soler, o ex-secretário de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT), Rogers Jarbas, além do ex-secretário da Casa Civil, Paulo César Zamar Taques.
Cabo Gerson fez uma confissão a polícia e detalhou como funcionava os grampos e qual seria o objetivo inicial - espionar coligações de campanha para governo do estado em 2014. De acordo com Gerson, o esquema teria sido financiado pelo ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques, que à época, era coordenador de campanha de Pedro Taques. O advogado esclarece que não manteve qualquer contato com o coronel Soares desde 2014.
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