Por Suelen Alencar/ Única News
(Foto: Reprodução)

O secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), coronel Airton Siqueira Júnior declarou que houve espionagens dentro do Tribunal de Justiça a mando do desembargador Orlando Perri e do juiz Luís Aparecido Bertolicci Júnior. O depoimento feito a Corregedoria-geral da Polícia Militar, Airton disse que os alvos dessas interceptações, também 'ilegais', seria o desembargador aposentado José Ferreira Leite e outros quatros juízes Marcelo Barros, Antônio Horácio, Irênio Lima Fernandes e Marco Aurélio Ferreira para investigar desvios de recursos para uma loja maçônica.
Em março de 2017, a juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital, absolveu o desembargador e três magistrados acusados no caso. À época Selma alegou que não houve desvio de dinheiro nem prática de improbidade administrativa.
O coronel Siqueira foi interrogado por conta da investigação de supostos grampos clandestinos realizados com envolvimento de comandantes da Polícia Militar e tem como advogado o primo do governador e ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques. Segundo Siqueira, quando trabalhava na coordenação de Tecnologia da Informação do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) e coordenou o grupo à época, a procuradora de Justiça Eliane Maranhão Ayres disse para ele que o desembargador Perri conduzia uma investigação e que o chamaria para uma missão "no mais absoluto sigilo".
"Fui orientado a procurar o desembargador Orlando Perri em seu gabinete, que detalhou que estava fazendo uma ampla investigação sobre desvios cometidos pelo desembargador José Ferreira Leite e outros magistrados a ele ligados", revelou em depoimento.
Em outra parte do depoimento, Siqueira afirmou que a ordem era para atuar pessoalmente na coleta e na realização dos relatórios das escutas e que não passasse para ninguém tal serviço. O coronel lembrou também que as informações que retirou das escutas não indiocavam ligações com a investigação de desvios indica, no primeiro momento por Perri.
“As informações coletadas das conversas telefônicas dos magistrados investigados não interessavam às investigações, tratando-se em sua grande maioria de assuntos pessoais e da intimidade dos mesmos”, explicou.
O secretário de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) coronel Airton Benedito Siqueira Júnior é apontado como mandante do esquema de escutas telefônicas ilegais ao lado do coronel Zaqueu Barbosa, que está preso desde 23 maio.
Esquema de grampos
O esquema de escutas clandestinas que envolve oficiais do alto comando da PM do Estado, foi denunciado pelo ex-secretário de Segurança Pública e promotor Mauro Zaque. Um reportagem do Fantástico deu mais notoriedade ao caso que envolve - segundo a denúncia mais de 100 números de pessoas que não teria ligação com tráfico de drogas. Em entrevista à imprensa na época da denúncia, o promotor Mauro Zaque chegou a afirmar que o governador Pedro Taques (PSDB) foi informado sobre o esquema e que teria ignorado.
Por outro lado, Taques em coletiva de imprensa, anunciou que teria entrado com um processo na Procuradoria Geral da Republica contra o promotor por 'falsificar' o protocolo da denúncia.
ENTRE EM NOSSO CANAL AQUI
RECEBA DIARIAMENTE NOSSAS NOTÍCIAS NO WHATSAPP! GRUPO 1 - GRUPO 2 - GRUPO 3