02 de Maio de 2025
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JUDICIÁRIO Quinta-feira, 27 de Março de 2025, 17:56 - A | A

27 de Março de 2025, 17h:56 - A | A

JUDICIÁRIO / CASO EMILLY SENA

Justiça recebe denúncia e torna ré por oito crimes a assassina de adolescente grávida

A assassina responderá pelos crimes de feminicídio, tentativa de aborto, subtração de recém-nascido, parto suposto, ocultação de cadáver, fraude processual, falsificação de documento particular e uso de documento falso

Christinny dos Santos
Única News



Nataly Helen Martins Pereira se tornou ré pelo assassinato de Emilly Azevedo Sena, adolescente de 16 anos que estava grávida de 9 meses. A denúncia oferecida pelo Ministério Público foi aceita nos moldes iniciais pelo juiz Francisco Ney Gaíva, da 14ª Vara Criminal de Cuiabá, nesta quinta-feira (27).

A assassina responderá por oito crimes: feminicídio, tentativa de abortosubtração de recém-nascido, parto suposto, ocultação de cadáver, fraude processual, falsificação de documento particular e uso de documento falso. O magistrado determinou a citação da ré e concedeu prazo de 10 dias para apresentação da defesa.

O promotor de Justiça Rinaldo Segundo entendeu que o crime cometido contra Emilly configura feminicídio, isto porque, Nataly menosprezo à condição de mulher da vítima. Vítima esta que só esteve nestas condições pelo fato de ser mulher.

“Nataly tratou Emelly como um mero objeto reprodutor, um ‘recipiente’ para o bebê que desejava, demonstrando total desprezo pela sua integridade corporal e autodeterminação. A conduta de Nataly revela a coisificação do corpo feminino, reduzindo-o à sua função reprodutiva, como evidenciado pelo fato de ter mantido contato com a vítima por meses apenas com o intuito de monitorar o desenvolvimento da sua gestação e, no momento oportuno, apropriar-se violentamente do fruto de seu ventre”, argumentou o promotor.

Também foi destacado pelo MP o fato de Nataly utilizar grupos no WhatsApp para atrair possíveis vítimas, oferecendo doações de roupas infantis e alimentos e pedindo para que as gestantes fossem até a sua casa buscar as contribuições. A criminosa é mãe de três filhos homens e desejava ter uma menina, mas como já tinha feito laqueadura, mapeou mulheres grávidas de meninas.

Ao aceitar a denúncia nos moldes em que ela foi oferecida, o magistrado acatou o argumento de que o crime configura feminicídio em razão da condição da vítima de ser mulher. E também o de que a vítima agiu com dolo eventual, assumindo o risco de matar o bebê, forçando o parto forçado na gestante.

O crime

Grávida de 9 meses, Emilly saiu de casa no dia 12 deste mês e disse para o pai que buscaria roupas de bebê que havia ganho em Cuiabá, pois contava com as doações para montar o enxoval. Nataly a atraiu para uma emboscada, onde a atacou, realizou o parto do bebê de maneira forçada e a deixou morrer sangrando. Vinte e quatro horas depois, o corpo da adolescente foi encontrado em uma cova rasa no quintal aos fundos da casa de parentes da assassina.

Emilly morreu por hemorragia, após ser asfixiada com um fio de internet — que a deixou apenas inconsciente — e ter a barriga cortada com uma faca de cozinha. "E como ela estava viva, tirou o nenê enquanto ela estava viva. Ela foi agonizando e morreu", destacou a Diretora Metropolitana de Medicina Legal, Dr. Alessandra Carvalho.

A jovem morreu "exsanguinada", ou seja, perdeu todo o sangue de seu corpo. A hemorragia foi causada por dois cortes grandes feitos na barriga dela para retirar a bebê, em forma de "T".

Prisões

Com Emilly ainda desaparecida, Nataly, acompanhada do marido, Christian Albino Cebalho de Arruda, foi presa no Hospital e Maternidade Santa Helena, tentando registrar uma bebê recém-nascida, que mais tarde descobriu-se ser filha da vítima, alegando ter parido em casa. No entanto, a equipe médica foi bastante perspicaz e percebeu que a mulher não tinha sinais parto recente. A suspeita foi confirmada através de exames.

A recém-nascida ficou internada no hospital e o casal foi preso em flagrante.

Na manhã de quinta-feira (13), a Polícia Civil fez buscas na casa de um parente de Nataly, onde o corpo de Emilly foi encontrado na cova rasa. Então outras duas pessoas foram presas. A assassina, porém, confessou o crime, isentado o marido e os outros dois de participação no crime. Diante disso, apenas ela ficou presa e eles foram liberados na noite de quinta-feira.

Felizmente a bebê, chamada Liara, está saudável e será criada em guarda compartilhada pela mãe e marido e Emilly.

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