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POLÍTICA Quinta-feira, 28 de Junho de 2018, 11:03 - A | A

28 de Junho de 2018, 11h:03 - A | A

POLÍTICA / OPERAÇÃO BÔNUS

Ministra nega pela 2ª vez pedido de soltura de empresário ligado a desvios no Detran

Luana Valentim e Marisa Batalha



(Foto: TJ-MT)

Roque- operação bonus.jpg

 

Foi negado mais um pedido de soltura do empresário Roque Anildo Reinheimer pela ministra Maria Thereza de Assis Moura, do Superior Tribunal de Justiça.

 

Depois inclusive da negativa na semana passada, da mesma ministra, na revogação de sua prisão preventiva. 

 

Ainda assim a defesa do empresário buscou novamente o STJ com pedido de reconsideração. Os argumentos utilizados pela ministra ainda não foram disponibilizados na íntegra. A decisão completa deve ser publicada nesta sexta-feira (29).

 

Roque está preso no Centro de Custódia de Cuiabá há 50 dias, desde a deflagração da operação Bônusem 9 de maio. Também foram alvos de prisão na operação, o deputado democrata, Mauro Savi, o ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques, seu irmão o advogado Pedro Zamar (ambos primos do governador Pedro Taques), o ex-diretor da EIG Mercados Ltda., José Valter Kobori e Claudemir Pereira dos Santos.

 

Desvios no Detran

 

O empresário - sócio da Santos Treinamentos - foi preso na operação Bônus, na 2ª fase da Bereré, em maio deste ano. A empresa segundo as investigações do Ministério Público Estadual, funcionava como fachada para apenas “lavar” o dinheiro desviado do Departamento Estadual de Trânsito. Onde foi montado esquema por meio de licitações fraudulentas que teria desviado pelo menos R$ 30 milhões.

 

Roque – segundo o dono da EIG Mercados Ltda. (antiga FDL) e delator no caso -, José Ferreira Gonçalves Neto, estaria ameaçando o ex-diretor da empresa, José Kobori, após os pagamentos de propinas com a Santos Treinamentos pararem. Passando, inclusive, a extorquir os sócios da EIG, exigindo o pagamento de R$ 50 mil mensais, sob a ameaça de utilizar de sua influência política com a Assembleia Legislativa para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) a respeito do contrato entre a empresa e o Detran.

 

Entenda o caso

 

A operação Bônus deflagrada em maio implodiu esquema realizado dentro do Detran, supostamente liderado pelo deputado democrata, Mauro Savi, já há 50 dias preso no Centro de Custódia de Cuiabá. Ela iniciou no órgão estadua no governo do ex-gestor Silval Barbosa e continuou na administração do governador Pedro Taques, envolvendo empresários e políticos. 

 

No inquérito, o Ministério Público Estadual revela que os desvios foram realizados por meio da empresa EIG Mercados, que prestava serviços ao Detran, no registro de financiamento de veículos em alienação fiduciária. Além de outra - Santos Treinamento -, responsável por lavar o dinheiro desviado.

 

A EIG Mercados – que em 2009, chamava-se FDL Serviços -, repassava em torno de R$ 500 mil por mês de verbas obtidas pelo serviço que presta ao Detran de Mato Grosso por meio da Santos Treinamento. A empresa era uma espécie de “sócia oculta” nos trabalhos realizados ao departamento estadual.

 

O dinheiro chegava a políticos do Estado - como o ex-governador Silval Barbosa, o deputado estadual Mauro Savi, além do ex-deputado federal Pedro Henry -, por meio de depósitos bancários e pagamentos em cheques promovidos pelos sócios da Santos Treinamento, como Claudemir Pereira, também conhecido como “Grilo”.

 

Delação de Dóia e Barbosa

 

As operações - Bônus e Bereré - se pautaram em acusações contidas na delação do Teodoro Lopes, o 'Dóia',  ex-presidente do Detran e, igualmente, delatado pelo irmão do ex-governador de Mato Grosso Silval Barbosa (PMDB), Antônio Barbosa, em colaboração com a Justiça homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). 

 

No depoimento, Barbosa revela, inclusive, a participação na fraude, do presidente da Assembleia Legislativa, o deputado democrata, Eduardo Botelho. O nome de parlamentar ainda foi citado por outros investigados, entre eles pelo empresário Roque Anildo Reinheimer, sócio proprietário da Santos Capacitação de Pessoal e Treinamento, que é uma das empresas usadas para o desvio de dinheiro do Detran. 

 

Em depoimento prestado em fevereiro deste ano ao Gaeco, Roque assegurou que o presidente da Assembleia Legislativa se tornou sócio da empresa com o interesse exclusivo de receber vantagem indevida. Revelando que Botelho teria se integrado ao quadro societário da empresa para receber uma dívida e que, após recebe-la, começou a ser cobrado para o pagamento de outras vantagens.

 

Roque afirmou, no entanto, que Botelho pretendia sair do quadro de sócios da empresa, o que aconteceu dias depois. Também foram citados os parlamentares Ondanir Bortolini Nininho (PSD), Baiano Filho (PSDB), Romoaldo Júnior (MDB), Wilson Santos (PSDB) e José Domingos (PSD). (Com informações do site jurídico ponto na curva)

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